11 de março de 2013

Cap.I - Felicidade na tragédia

BRINDEM COMIGO, ONDE QUER QUE ESTEJAM

Faz hoje, precisamente, 18 anos que desabou o meu mundo. Sim, esse mundo que nós julgamos ter aos nossos pés, e que nada de mal nos acontece quando estamos na flor da idade. Pura ilusão…
O coração, que tantas vezes foi meu aliado na minha relação com a vida, desta vez traiu-me. De repente, nada do que eu acreditava, fazia sentido. Durante 21 dias, a cama mórbida de um hospital, foi o meu abrigo de angústias e reflexões.
Mas não são essas más recordações que me levam a publicar este pedacinho da alma. Se é verdade que foram os dias mais consternados da minha vida, também é verdade que, tudo isto, germinou também um lado positivo, e é esse lado que eu, hoje, quero festejar e partilhar convosco.

Quero festejar a VIDA que, praticamente, esteve perdida…
Quero festejar a minha família que, embora carregando uma dor e uma cruz imprevista, soube ir buscar forças onde talvez desconhecesse tê-las…
Quero festejar a minha filha que, apenas com 6 meses, foi, não só a minha maior inspiração para voltar à vida, mas também ela própria uma lufada de surpreendentes reações…
Quero festejar os verdadeiros amigos, e eles sabem quem são, que também me alimentaram esse desejo de lutar contra o infortúnio…
Quero festejar o desejo, que de seguida nasceu, de erguer novos caminhos, novos projetos e novos objetivos….
Quero festejar Deus, um bom Amigo que me concedeu mais estes 18 anos de vida, ele lá saberá porque o fez…
 
Todas estas são razões de sobra para relembrar apenas o lado bom da tragédia. Só por isso, vale a pena tornar público este meu testemunho.
Sinto que devo também aproveitar esta data, para partilhar uma mensagem de esperança aos que vivem, ou poderão viver, situações semelhantes. O fatalismo da vida, chega apenas no dia em que a máquina pára definitivamente. Até lá, cumpre-nos o dever e a obrigação, de lutar sempre por ela.
Todos nós temos uma missão a cumprir, e dela não devemos desistir nunca. Esse é um desígnio irreversível e, seguramente, o maior desafio que é proposto ao ser humano.
É difícil? Claro que sim, mas nas vidas fáceis, não há heróis.
Nos momentos difíceis, tão pouco podem existir derrotados antecipadamente. E é nessas ocasiões, nas difíceis claro, que a dimensão do nosso carácter è posta à prova.
Saibamos aproveitar os piores momentos da vida, para conhecer os limites do nosso apego a essa mesma vida. Com coragem, com determinação, mas acima de tudo, com grande amor pelos que nos rodeiam e ajudam a viver…
A vida é uma dádiva tão curta, que a melhor forma de lhe manifestarmos a nossa gratidão, é disputarmos todos os segundos, até ao sufoco, como que de um jogo se tratasse, especialmente nos momentos mais ingratos e quando tudo parece perdido.
Da desgraça, pode nascer a luz.  Depois da tormenta, a minha vida mudou substancialmente, o que prova que podemos reconstruir o sentido da nossa existência e transformar a infelicidade em sucesso. Estes 18 anos foram a melhor prova disso, contando naturalmente com o apoio de muita gente a quem, eternamente, estarei grato.
Por tudo isto, claro que vou celebrar, porque qualquer data importante da vida, merece ser celebrada…
E esta é muito importante, talvez mais até que o próprio aniversário…
Sem ultrapassar uma, não viveria a outra … Nunca mais.

À VIDA…

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